Veja também
O S&P 500 e o Dow encerraram a segunda-feira em alta, apesar da forte volatilidade do mercado. Investidores acompanharam com atenção possíveis sinais de progresso nas negociações tarifárias, em meio a uma semana movimentada com balanços corporativos e indicadores econômicos importantes.
Embora o mercado em geral tenha demonstrado otimismo moderado, o setor de tecnologia (.SPLRCT) apresentou fraqueza, pressionando o Nasdaq. Ao mesmo tempo, o dólar se fortaleceu frente às principais moedas, e o ouro — tradicionalmente considerado um ativo de refúgio em tempos de instabilidade — voltou a subir.
O Secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmou nesta segunda-feira que parceiros comerciais importantes ofereceram termos tarifários "muito favoráveis". Ele também destacou que as recentes medidas da China, ao suspender algumas tarifas retaliatórias sobre produtos americanos, indicam um desejo de aliviar as tensões entre as duas maiores economias do mundo.
Segundo o analista Mayfield, sem avanços concretos nas negociações ou dados econômicos e corporativos muito positivos, os mercados correm o risco de permanecer estagnados por tempo indeterminado.
"A menos que haja progresso significativo nas negociações comerciais ou uma alta perceptível nos lucros corporativos esta semana, continuaremos andando de lado", afirmou.
Apesar do otimismo cauteloso quanto às negociações comerciais, economistas alertam que o risco de uma recessão global continua elevado. Há apenas três meses, esperava-se um crescimento global sólido — cenário que agora se deteriorou diante das políticas protecionistas dos EUA.
A semana promete ser agitada, com os investidores de olho nos balanços do primeiro trimestre de gigantes da tecnologia como Microsoft (MSFT.O), Apple (AAPL.O) e Amazon.com (AMZN.O). Os resultados dessas empresas devem influenciar o rumo do mercado de ações nos próximos dias.
O índice Dow Jones Industrial Average (.DJI) encerrou o pregão com alta de 114,09 pontos, ou 0,28%, aos 40.227,59. O S&P 500 (.SPX) também fechou no positivo, com ganho de 3,54 pontos, ou 0,06%, aos 5.528,75. Já o Nasdaq Composite (.IXIC) foi pressionado, recuando 16,81 pontos, ou 0,10%, para 17.366,13.
O otimismo em relação a um possível alívio nas tensões comerciais entre EUA e China impulsionou também os mercados europeus. O índice pan-europeu STOXX 600 (.STOXX) subiu 0,53%, enquanto o FTSEurofirst 300 (.FTEU3) avançou 10,13 pontos, ou 0,49%.
O índice MSCI World (.MIWD00000PUS), que acompanha ações globais, ganhou 3,35 pontos, ou 0,41%, fechando em 828,09. Os mercados emergentes também registraram ganhos sólidos: o índice MSCI Emerging Markets (.MSCIEF) subiu 6,35 pontos, ou 0,58%, encerrando o dia em 1.103,45.
Os mercados da Ásia-Pacífico acompanharam o movimento. O índice MSCI da região, excluindo o Japão (.MIAPJ0000PUS), avançou 0,62%, atingindo 574,20. O índice japonês Nikkei (.N225) também apresentou desempenho positivo, subindo 134,25 pontos, ou 0,38%, para 35.839,99.
O dólar caiu no início de uma semana agitada, com os mercados esperançosos quanto ao avanço nas negociações comerciais entre EUA e China, e atentos a eventos econômicos relevantes. O índice do dólar, que mede a moeda frente a seis principais divisas globais, recuou 0,8%, para 98,93.
A moeda europeia subiu 0,51%, sendo negociada a US$ 1,1422 por euro. A libra esterlina também registrou forte valorização, com alta de 0,9%, para US$ 1,3434, impulsionada por um ambiente político doméstico mais otimista.
O dólar caiu 1,13% frente ao iene japonês, negociado a 142,05. Já o peso mexicano perdeu 0,21% de valor, fixando-se em 19,57 por dólar americano. O fortalecimento do iene reflete a busca contínua por ativos de proteção em meio às incertezas globais.
A moeda canadense avançou 0,26%, sendo cotada a C$ 1,38 por dólar. O Canadá realiza eleições nesta segunda-feira, com as tarifas impostas pelo governo Trump e rumores sobre uma possível anexação ganhando destaque no debate público.
Os preços do petróleo caíram enquanto os traders avaliavam a possibilidade de aumento na oferta por parte da OPEP+, em meio aos riscos comerciais persistentes. O petróleo WTI dos EUA recuou 1,54%, sendo cotado a US$ 62,05 por barril, enquanto o Brent do Mar do Norte encerrou o dia em US$ 65,86, com queda de 1,51%.
Em meio à fraqueza do dólar e à incerteza nos mercados, a demanda por ativos de refúgio aumentou. O ouro à vista subiu 0,98%, para US$ 3.350,59 a onça. Os futuros do ouro nos EUA tiveram uma alta menos significativa, de 0,06%, chegando a US$ 3.284,50 a onça.
Enquanto os futuros das ações americanas começam a se recuperar cautelosamente, retornando aos níveis do início de abril, o dólar continua em queda. Nos primeiros 100 dias da presidência de Donald Trump, a moeda se aproximou de seu declínio mensal mais acentuado em muitos anos.
Traders estão se desfazendo do dólar por temer que a política tarifária prejudique o crescimento econômico, a produtividade e a atratividade dos EUA para investimentos. Ao mesmo tempo, a reputação do dólar como "porto seguro" está enfraquecendo, e as declarações públicas instáveis de Trump só aumentam a inquietação nos mercados globais.
As últimas notícias sobre a suspensão parcial de novas tarifas sobre automóveis foram recebidas com cautela pelos mercados. Futuros europeus e americanos reagiram com um crescimento modesto durante a sessão asiática. Os investidores aguardam sinais mais claros sobre uma flexibilização real da pressão tarifária entre os Estados Unidos e a China, duas potências econômicas envolvidas em uma acirrada guerra comercial.
Ainda assim, a concessão às montadoras pode indicar que Trump está começando a ouvir mais atentamente a voz do setor empresarial. Está marcada para quarta-feira uma grande reunião na Casa Branca: Trump receberá mais de duas dezenas de altos executivos, incluindo os chefes da Nvidia, Toyota, SoftBank e Hyundai. Este encontro pode ser um indicativo importante do rumo que a política comercial dos EUA tomará nos próximos meses.
Está prevista para terça-feira a divulgação das estatísticas de confiança do consumidor na zona do euro, bem como os dados de inflação na Espanha e na Bélgica. Esses indicadores poderão influenciar significativamente as expectativas em relação à política do Banco Central Europeu. No cenário corporativo, os investidores estarão atentos aos balanços de grandes empresas como HSBC (HSBA.L), Adidas (ADSGn.DE) e Logitech (LOGN.S), que são diretamente impactadas pela política tarifária.
General Motors e Visa abrem a semana antes dos gigantes da tecnologia
Nos EUA, o dia promete ser movimentado: a General Motors (GM.N) e a Visa (V.N) divulgarão seus resultados. No entanto, a atenção principal estará voltada para o final da semana, quando os gigantes do setor de tecnologia — Apple (AAPL.O), Amazon (AMZN.O) e Microsoft (MSFT.O) — apresentarão seus relatórios trimestrais. Seus desempenhos provavelmente definirão o tom geral do mercado no curto prazo.