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28.04.2025 04:52 PM
USD não consegue demonstrar resiliência

O dólar americano está sobrevalorizado? O Bank of America acredita que sim. O banco destaca que, em ciclos anteriores, quando o Índice do Dólar (USD Index) atingiu seu pico na metade da década de 1980 e no início dos anos 2000, o resultado foi uma queda significativa, com o dólar recuando entre 25% e 30%. Atualmente, investidores estrangeiros detêm US$ 22 trilhões em ativos americanos, e uma liquidação desses ativos seria um pesadelo para os vendedores de EUR/USD. No entanto, nem todos compartilham dessa visão.

O Crédit Agricole acredita que a venda do dólar já foi excessiva. Segundo o banco, os investidores estão ignorando fatores negativos para o EUR/USD, como os efeitos prejudiciais das guerras comerciais sobre a economia da zona do euro, a gradual estabilização da situação política nos EUA e o excesso de posições vendidas contra o dólar americano. De fato, os players especulativos — gestores de ativos e fundos hedge — passaram as últimas semanas praticamente dedicados à venda da moeda norte-americana.

Dinâmica especulativa do dólar

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Bancos e empresas de investimento têm opiniões divergentes sobre o futuro do EUR/USD, o que tem contribuído para a consolidação do par em uma faixa estreita de negociação. Notavelmente, os primeiros 100 dias de Trump no cargo resultaram no pior desempenho já registrado para o dólar americano, superando até mesmo o recorde negativo de Richard Nixon na década de 1970.

Um dos fatores por trás da queda do dólar foi a saída de capital da América do Norte em direção à Europa. Inicialmente, os investidores ficaram preocupados com as tarifas em grande escala impostas pela Casa Branca no "Dia da Libertação Americana" e venderam o EuroStoxx 600. No entanto, agora estão retornando ao índice, confiantes de que as negociações comerciais entre Washington e Bruxelas terão um desfecho positivo. A continuidade da flexibilização monetária do BCE, combinada com o estímulo fiscal alemão, deve impulsionar ainda mais a recuperação das ações europeias.

De acordo com o BCE, as tarifas de Donald Trump devem acelerar a inflação da zona do euro em 0,7 ponto percentual em 2025, 0,4 em 2026 e 0,3 em 2027. Sem essas tarifas, a região enfrentaria novamente deflação este ano e nos próximos dois. Atualmente, a previsão é de que os preços ao consumidor cresçam 2,3%, 1,9% e 2%, respectivamente.

Inflação da zona do euro sem e com tarifas

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Essa dinâmica do IPC permite que o Banco Central Europeu continue a flexibilizar a política monetária. Em condições normais, as expectativas de um corte na taxa de depósito pesariam sobre o euro. No entanto, quando o preço do Forex é impulsionado pelos fluxos de capital, a expansão monetária favorece tanto os índices acionários europeus quanto o EUR/USD.

Tecnicamente, o gráfico diário do principal par de moedas mostra uma consolidação contínua de curto prazo dentro da faixa de negociação de 1,1315-1,14, formando o padrão Surge and Shelf. A colocação de ordens de compra pendentes no EUR/USD acima de 1,14 e ordens de venda abaixo de 1,1315 continua sendo uma estratégia relevante. O mais importante é não abrir muitas ordens de compra.

Marek Petkovich,
Analytical expert of InstaTrade
© 2007-2025

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