O dólar atinge o nível mais baixo em três anos, enquanto políticas imprevisíveis corroem a confiança
É difícil de acreditar, mas, pela primeira vez desde março de 2022, o índice do dólar americano (DXY) caiu abaixo da marca de 98 pontos. A outrora poderosa moeda dos Estados Unidos raramente enfrentou uma sequência tão negativa.
No início desta semana, o dólar prolongou sua trajetória de queda frente às principais moedas globais, com o DXY rompendo o patamar dos 98 pontos — algo que não ocorria há mais de três anos. No ponto mais baixo, o índice chegou a tocar 97,92.
O DXY mede a força do dólar em relação a uma cesta composta por seis moedas dos principais parceiros comerciais dos EUA: euro, iene, libra esterlina, dólar canadense, coroa sueca e franco suíço.
A vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais inicialmente impulsionou o índice para 110,18 pontos. No entanto, as primeiras medidas do novo governo rapidamente anularam esses ganhos. O dólar começou a enfraquecer, e o anúncio de uma guerra comercial contra grande parte do mundo acelerou ainda mais a sua queda.
Especialistas apontam a imprevisibilidade das decisões de Trump como o principal fator que vem corroendo a confiança dos investidores no dólar como ativo de segurança.
Em meio a essa incerteza, o mercado passou a buscar alternativas: o ouro — e, em menor escala, o Bitcoin — ganharam status de ativos de refúgio.
O euro também se fortaleceu, beneficiado por sua plena conversibilidade — ao contrário do yuan — e pela liderança europeia, considerada mais previsível diante das turbulências tarifárias americanas e da postura estratégica e paciente da China.